Biografia

Conheça um pouco mais sobre a minha história, quem sou eu, por onde passei, como iniciei minha carreira, os projetos em que participei e como cheguei até aqui.

Minha história

Introdução

Lá pelos idos da década de 80 comecei a ministrar uma oficina chamada “O Som em Cena”. A primeira experiência foi no estúdio da Pinnacle, no bairro do Tatuapé, em Sampa.

Minha oficina abordava todos os sons que compõem a banda sonora de um filme. Ou seja, música, ruídos e diálogos. Com o auditório cheio, um data show de qualidade e um som de primeira, inaugurei minha vida de professor de cinema, focando exclusivamente no som.

De lá para cá a oficina “O Som em Cena” levou conhecimentos importantes sobre a magia do som pelos quatro cantos deste nosso Brasil.

Início

Em 1958 comecei na minha terra, São Luís-MA, a estudar violino, o instrumento mais difícil de uma orquestra, com o único professor de toda a cidade. Era um senhor refugiado da Segunda Guerra Mundial, o professor Gronvell. Com ele, aos 12 anos, montei um quarteto, adicionando uma cantora lírica e uma organista para tocar em casamentos de gente rica da cidade. Minha mãe, senhora da sociedade cheia de boas ideias artísticas, era a nossa empresária. Por intermédio do telefone de casa, cujo número nunca esqueci, 1040, fechava a agenda do grupo. Assim comecei a ganhar meus primeiros tostões na música.

Tempos depois, meu pai, que sofria com a insistência da Dona Aracy, resolveu mudar a família para o Rio de Janeiro, onde já estavam dois outros irmãos. Para mim essa mudança foi ruim, pois em São Luís deixei meus amigos e o meu professor. Sabendo do meu amor pelo cinema, ele me presenteou na despedida com um pequeno projetor a manivela e alguns filmes de Carlitos, personagem de Charlie Chaplin. No Rio, morando no bairro da Tijuca, fiz logo alguns amigos, um deles o Paulinho “Sombra”, que tocava no piano e violão um novo ritmo chamado Bossa Nova. A novidade estava começando a encantar as pessoas, com aquela batida de violão inventada pelo João Gilberto. Juntos, fizemos uma dupla: eu com meu violino, tentando tocar parecido com o Fafá Lemos (violinista cheio de swing da época) e Paulinho no piano, repetindo as harmonias de Tom Jobim e Carlos Lyra, entre outros. Como disse acima, Paulinho era um excelente violonista e, ao meu pedido, me mostrou os caminhos que deveria seguir para tocar violão. Minha veia de compositor necessitava daquela sonoridade para poder acompanhar minhas frases musicais que a todo momento apareciam. Até em sonho. Logo consegui realizar bons encadeamentos harmônicos que deram um apoio as melodias que iam aparecendo. Já bem mais velho, ali pelos meus 19 anos, comecei a tocar na noite carioca com uma banda que formei chamada “O Clã”, que tinha uma formação meio jazzística. Eram um piano, eu na guitarra, um baterista e um baixo elétrico.

Foram cinco anos tocando nas churrascarias e choperias. Nesse meio tempo, andei fazendo aulas de harmonia com o professor Alexandre Gnattali, irmão do compositor Radamés Gnattali, e assisti a alguns workshops sobre música de cinema (que, aliás, sempre foi minha grande paixão), com o maestro Guerra Peixe.

Minha carreira de compositor profissional no início foi difícil demais. Esse mercado da música popular é cheio de maneirismos, aos quais nunca consegui me integrar. Tive até a honrosa ajuda de um grande sambista, que o Brasil infelizmente pouco lembra, mas que deu uma grande contribuição à música popular brasileira, chamado Cyro Monteiro. Ele acabou virando meu grande pai musical, me apresentando a um monte de celebridades da MPB, como Cartola, Morengueira da Silva, Clara Nunes. Enfim, a nata dos compositores e cantores populares do Brasil, incluindo aí meu ídolo Tom Jobim.

Um belo dia o Cyro me apresentou ao grande produtor Nazareno de Brito, que, depois de ouvir alguns temas meus, resolveu me dar uma chance, incluindo no repertório do LP “E Viva a Rosa”, de Moacyr Franco, uma toada. Minha canção ganhou letra de Heloisa Serra e se chamou “Meu Olhar Passeia no Amanhã”. A Helô já era uma grande letrista, com várias músicas gravadas por gente famosa daquele tempo. Mas era a música de cinema que continuava pulsando dentro de mim. O Cyro sabia disso e queria muito me ajudar. Num fim de tarde na Cinelândia, no Centro Histórico do Rio, estávamos lá no bar Amarelinho, tomando um chope gelado, jogando conversa fora, quando surgiu do nada o ator, diretor e produtor de cinema Jece Valadão fazendo festa para o sambista. Logo ele se pôs a falar do seu novo projeto cinematográfico chamado “O Mau Caráter”. Na história, o personagem Baby, mecânico que trabalhava numa oficina de carros importados, surrupiava os carrões importados dos clientes para desfilar pela noite, dando uma de rico.

Meu Olhar Passeia no Amanhã

Enquanto Jece falava do roteiro, Cyro olhava para mim como que querendo dizer “temos de pegar essa oportunidade”. De repente, Cyro atropelou o discurso do Jece e perguntou se ele já tinha um compositor em mente para fazer a trilha do filme. O ator respondeu que ainda era cedo para pensar nisso. Então o meu velho pai sambista se põs a falar da minha música. Falou com tanto entusiasmo que logo o Jece me convidou para conhecer sua produtora no bairro de Botafogo, um reduto dos cineastas cariocas.

No dia seguinte, lá estava eu cedo esperando o diretor chegar. A minha ansiedade era enorme nessa espera até que Jece chegou já me perguntando se sabia levantar uma batuta, no que logo respondi que sim – o que era mentira, pois nunca tinha regido uma orquestra. Daí ele muito pragmático, me passou o roteiro e disse que, se conseguisse compor o tema do personagem principal, e ele gostasse, a trilha seria minha.

Difícil descrever minha alegria com aquele desafio. Fui direto para casa ler o roteiro com muita atenção, para poder entender com muito cuidado o personagem Baby e com isso compor o tema certo. Li, reli várias vezes até que saiu o tema de Baby. Como não tinha certeza de que iria agradar o diretor, me pus a mostrar a algumas dezenas de pessoas a música. Eu a tinha gravado em um velho gravador mini-cassete. Meu violão, nessa canção, muito lembrava a famosa batida de Jorge Bem. Já a minha voz cantava não muito afinada a melodia. Depois da amostragem para toda essa gente, e de receber elogios que me pareciam verdadeiros, voltei à produtora ansioso pela recepção do diretor.

Já pelo ritmo que soava nas caixas de som, via uma certa surpresa aparecendo no rosto duro do Jece, que, no decorrer da música, foi ficando cada vez mais agradável. Quando o tema acabou, ele me olhou e disse: “Mestrinho, você vai fazer a trilha do filme”. Foi assim que comecei minha carreira como compositor de música de cinema que durou uns trinta anos, com 42 longas musicados para vários diretores. No site internacional IMDB.COM estão registrados 35 filmes. Os outros não entraram pelo fato de não terem sido exibidos no cinema – isso por problemas com a Censura Federal, entre outros motivos.

A minha vida como compositor se estendeu em várias áreas, como no teatro, quando musiquei e fiz a direção musical da comédia de Chico de Assis “Xandu Quaresma”. O espetáculo foi dirigido pelo Adriano Stuart para a companhia do ator Antônio Fagundes.

Na publicidade, criei o primeiro banco de trilhas prontas para utilização em comerciais, aberturas de programas de TV, como o “Show do Esporte”, da TV Bandeirantes e “A Turma do Agente G”, para a Record.

Hoje, antes dessa terrível pandemia, ministrava minha oficina “O Som em Cena” por todo o país, levando conhecimentos importantes para quem pensa se profissionalizar no audiovisual. Seguindo a tendência atual, estou virando um professor virtual e espero que funcione, pois ensinar é realmente uma dádiva, de que nunca achei que seria capaz.

Minha carreira

40+

Anos de experiência

5+

Aulas ministradas

42+

Projetos concluídos

7K+

Alunos

Ouvindo Cinema

O primeiro curso 100% online do compositor Beto Strada. Décadas de conhecimento e aulas sobre a música de cinema em todo o território nacional, agora online.

Conheça os benefícios

O único curso do mercado totalmente dedicado ao ensino da música de cinema.

Curso 100% atualizado
Vasto repertório cultural
Ideal para profissionais do áudio visual
Bônus de edição de áudio

Veja o que as pessoas falam